sexta-feira, 23 de julho de 2010




A perda consistirá
Quando se a tem com consciência?
O sinto do teu ortodoxismo
Jamais prendera teus instintos
Pois a lascívia gota que brota
Dos teus olhos depois do gozo
Traz a tona a traição do teu oficio

Boca,olhos,nariz e ouvidos
Esvai-se no alucinado labirinto de desejos
E quem em Sã consciência
Nunca quisera sufocar-se no prazer de famintos beijos

Se me arranca com volição
O movimento de minha cintura
Tatuando-me a pele com tua boca tão carnuda e rubra
Com olhos cerrados e marejados de pura volúpia
Descompassa meu louco, tão bobo e desenfreado coração

Amar alimenta com fulgor a chama
De minha intensa e nua vida
Esta que passa tão espontânea
Sem mesmo curar as feridas
Desta deliciosa,tão formosa e nem tão bondosa trama

Ai que a lasca do teu celeste vestido
Revela-me muito mais que o mundo
Entorpece e enaltece com abundancia meus sentidos
Em fantasias me faço tão singelo vagabundo

Das leis tão cheias de pudor desta vida
Ignoro e admiro os que fazem-se queridos e queridas
E com paciência e malicia
Roubam beijos de alforria

Deixem que os tolos sábios
Gritem, lastimem latão
Conceitue, fiquem,afirmem,neguem e partam
Enquanto isso buscaremos tocar os calorosos lábios
Do amor com as artimanhas da paixão

E que as peças de nossas roupas
Arrancadas ao fel de grande prazer
Vistam-nos de uma sincera nudez
Impossível de esconder.


Guálter Alencar