quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Voluptuosa a sorrir do mundo
Da pressa mecânica da vida
Da solidão encantadora
Das horas
Deixa que eu lance um olhar
Que te queima a pele
Um olhar fugaz
Que arde em teu corpo
Como um raiar
De uma manha de abril
Permita-me contemplar
Os guizos tilintando
Em seu suave tornozelo
E as formas do teu corpo
As mais belas curvas
Que com gracejo
A natureza moldou
As cadencias de meu coração
Arranca-me
Com a sutileza de tua voz
Que rompe o silencio
Do meu ser
Não nos permitamos que no anoitecer
A solidão abrace-nos
Que nossos afagos
Se percam nos labirintos da saudade
Eu falei que desejava
A calma da noite
Mas nunca sua escuridão
De ausência
Permita-me em teus
Braços delicados
Esconder-me
Como uma criança
Protegendo-se na mãe
Que eles sejam
Como um duplo escudo
De firmes certezas
Dê-me um sorriso lindo
Que desabroche
Com um fugor
De outono em flor
Inclines o rosto
Para que eu possa
Segurar em tua trança
E embriagar-me
Com o cheiro
De um jardim de lótus
Que inunda teus cabelos
Negros como a noite
E que eu a tenha
Sempre assim
Simples
Que tu sejas
Um moinho de beijos
No rio de ternura
Que arrebenta
As margens de meu coração!
Guálter Alencar
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7 comentários:
Nossa isso é umas das coisas mais lindas q já li...
"Não nos permitamos que no anoitecer
A solidão abrace-nos
Que nossos afagos
Se percam nos labirintos da saudade
Eu falei que desejava
A calma da noite
Mas nunca sua escuridão
De ausência "
E essa parte então...sublime!
Aflorou inspiração!!!
Muito belo.
Minha gente, este poeta está cada dia mais talentoso sensívelmente afinado com a sensibilidade feminina!!! Que coisa mais linda!!!
Procurei uma interjeição que fosse compatível a sensação de ler esse poema mas nem encontrei!
Perfeito!
mto lindo esse poema!!
a que eu mais amo!!!!! já li várias vezes...
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