sábado, 16 de julho de 2011




De que adiantaria o colorido cintilante das flores,
O sol pondo-se e tudo durando
A temperatura perfeita
O sutil acaso do encontro?


Mas de que, de que adiantaria
A imensa solidão em nossos corações,
Essa vontade gentil de amar, essa falta de calmaria,
Todas as belas poesias e a magia das canções?


Se não fossemos o que somos,
Exatamente com a inexatidão de cada,
Se não enxergarmos-nos como um sonho
Realizável plenamente tal qual uma graça?

E de que adiantaria
Reconhecer que nos amamos sinceramente,
Se não reconhecermos que a moral desta alegria
É construí-la diariamente.

Se nada é eterno,
E tudo se desfaz no ar finalmente,
Que nós amantes honestos
Reconstruamos o amor cotidianamente!



Guálter Alencar




Imagem: Artur Rackman

Um comentário:

Iara Vasconcelos disse...

adorei!... Lembranças, amigo :)