quinta-feira, 3 de junho de 2010

Conserva esta economia de gestos
Essa exatidão de teu olhar
O bailar de tuas poucas palavras
Tão singelas quanto suas mãos
Passeando no espaço
Como se dançasse ao som do vento
E dos sussurros do meu ser

Seus olhos são como dois lindos lagos
Que só revelam em suas margens
Os excessos que comprimem
As quiromancias e as exageradas

juras de enamorados

Esta insegurança que te faz

Tão volátil quanto um favo de nuvem

Tão desejável quanto um fim de mistério

‘’Deus, ouro e glória’’


Se sua timidez
Encobre-te a alma
Como uma grinalda
O rosto da amada
Que eu possa com a brisa
De minhas verdades
Delicadamente descobri-la
E tal qual a ‘’peregrina’’
Desbravar tua imensidão
Recebendo o que me é doado
Até sentir-me um bergantim
Diante de tamanha inexatidão

Pobre do amor capaz de ser medido
Medido seja o amor capaz de ser de um pobre amor: mendigo

Guálter Alencar

3 comentários:

Unknown disse...

Moço, gosto dessa riqueza de detalhes, da tua percepção e audácia. Poema belíssimo.
"Pobre do amor capaz de ser medido";
simplesmente genial.

Monna disse...

Tens a sensibilidade dos grandes poetas. Boa construção, muito sutil e encantadora! ;)
Me diz de quem é a pintura, não vale ocultar quem pintou algo tão belo, visse? ^^

Guálter Alencar disse...

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